Um dos maiores álbuns da história do rock e o último da banda inglesa The Police, o conceitual Synchronicity completa 30 anos de seu lançamento neste sábado (1º).
O quarto álbum do trio formada por Sting, Andy Summers e Stewart Copeland trouxe na época uma nova perspectiva na sonoridade do grupo: arranjos mais elaborados e por que não dizer, arrojados, se comparados com os quatro trabalhos anteriores da banda.
O titulo foi inspirado no livro Roots Of Coincidence, do escritor Arthur Koestler (1905-1983) lançado em 1972 e que falecera três meses antes do lançamento de Synchronicity. Sting era um ávido leitor de Koestler, o que deixa claro que a palavra final nos rumos da banda era dele.
O livro que inspirou o disco
O livro explica sobre as teorias da parapsicologia, percepção extra-sensorial e ainda exemplifica ligações com fenômenos paranormais, indo de encontro ao conceito de sincronicidade proposto por Carl Jung (1875-1961). Toda essa atmosfera é convertida em um coerente diálogo na canção Synchronicity I onde o uso de sintetizadores com uma textura musical mais densa, criam o ambiente ideal para esta reflexão. É o primeiro indício de uma mudança na musicalidade do The Police.
Deixando o Ska um pouco de lado e mergulhando em outras ondas mais experimentalistas como a World Music, é que encontramos as canções Wrapped Around Your Finger, Waling In Your Footsteps e Tea In The Sahara – outras oportunidades onde os sintetizadores ditam a textura musical, apoiados pela belíssima voz de Sting, a guitarra sempre precisa de Summers e a técnica inconfundível de Coppeland – este sempre decisivo nos complexos arranjos da banda.
As gravações de Synchronicity duraram três meses, em um estúdio do quinto-beatle George Martin na ilha caribenha de Montserrat e no Le Studio no Quebéc, no Canadá francês. Apesar da primorosidade das composições no auge criativo do grupo, nao foi fácil para o conceituado Hugh Padgham assinar a produção – ele quase desiste do projeto por desavenças na banda, principalmente entre Sting e Coppeland.

Os integrantes do The Police no Air Studios, na ilha caribenha de Montserrat, durante as gravações de “Synchronicity” / Foto: Lynn Goldsmith / Corbis
Para que o trabalho não fosse “para o espaço”, Padgham teve que se virar: colocou os três integrantes em locais diferentes do estúdio para que as gravações acontecessem – Coppeland ficou com a sua bateria na sala de jantar, Summers ficou no estudio principal e Sting na sala de controle do estudio.
A romântica Every Breath You Take, além de ter sido o maior sucesso do disco, foi, irônicamente, composta quase aos “tapas” entre o vocalista e o baterista.
Apesar de tudo, Synchronicity foi um grande sucesso artístico e comercial: conquistou oito discos de platina nos EUA, além de conquistar também no Canadá, França, Alemanha, Hong Kong e Reino Unido, além de ter sido o “algoz” da obra-prima Thriller de Michael Jackson, substituindo-o no topo das paradas no planeta. Foi um grande êxito da lendária gravadora A&M Records.
Ao todo, foram vendidas mais de 9 milhões de cópias em todo o mundo e encerrou com chave-de-ouro o legado de uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.
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