Marcelo de Assis, da redação
Uma lenda viva! Analisar e reviver a trajetória do genial produtor Quincy Jones que completa 80 anos hoje seria falar, sem nenhum exagero, da história da música pop. Ele foi um dos maiores empreendedores deste mercado. Em cinquenta anos dedicados à música, Quincy Jones fez amigos, descobriu talentos, despertou gênios e conquistou inúmeros prêmios pelo mundo.
Aquele garoto de Chicago que nasceu em 1933 talvez não desconfiasse o futuro brilhante que o destino estaria lhe reservando. E muito trabalho tambem. Conheceu o amigo e genial Ray Charles em 1943 e ali começaria uma parceria de muito talento e amor pelo trabalho.
Quando Jones conquistou uma bolsa de estudos na Schillinger House em 1951, o anseio pela música falou mais alto e ele não pensou duas vezes: largou os estudos e foi excursionar como trompetista ao lado do conceituado músico Lionel Hampton. Era o começo de tudo. Chegou a dirigir a banda de Dizzy Gillespie em uma turnê pelo Oriente Médio e América do Sul. Foi manager de gravadora, iniciando suas atividades na Barclay e, em seguida, na Mercury Records, onde alcançou a vice-presidência da empresa. Ele foi o primeiro afro-americano a ocupar uma vaga como esta em uma empresa do mercado fonográfico.
Mas a sua vida profissional entrou em uma fase de ascensão inesquecível: conheceu Michael Jackson durante as filmagens de The Wiz, que, por sua vez, pediu uma orientação a Jones para indicar um produtor. Nem Jackson, nem Jones desconfiavam do sucesso que fariam. E aconteceu: lançaram juntos Off The Wall em 1979 e foi um sucesso arrebatador, elevando o nome de MIchael Jackson no cenário pop e vendendo mais de 20 milhões de cópias.
Três anos depois, outra surpresa: o album Thriller foi o disco mais vendido no mundo na época e hoje suas vendas já somam 140 milhões de cópias, consagrando como o álbum mais vendido de todos os tempos. E podem acreditar: ninguem vái superar esta marca!
Outro momento que marcou esta parceria foi a união dos maiores nomes da música norte-americana que, sob a direção de Quincy Jones, criaram o USA For Africa. O single We Are The World foi um sucesso sem precedentes. Jones seguiu os modelos de Concert For Bangladesh de 1971 (idealizado por George Harrison e Ravi Shankar) e do Live Aid de 1985 (idealizado por Bob Geldof) e convidou Michael Jackson e Lionel Richie para desenvolverem a canção.

Os maiores artistas norte-americanos gravando o vídeo “We Are The Word” nos estudios da A&M Records em 1985 / Foto: Divulgação
Antes da filmagem do vídeo, Quincy Jones, que sempre possuiu uma habilidade notória no trato com os artistas, colocou uma faixa no lado externo dos estudios da A&M Records com a frase: “Deixem o ego do lado de fora”.
Durante toda a sua carreira, Quincy Jones conquistou 27 Grammys, lançou mais de 30 discos, sempre com a soul music e o R&B norteando suas composições, trabalhou em trilhas sonoras e foi incluido no Hall da Fama do Rock´n´Roll deste ano.
Ele tambem é um grande admirador da música popular Brasileira, tendo um apreço especial pela cantora Simone a qual certa vez se referiu como “uma das maiores cantoras do mundo”, além de gostar muito de Ivan Lins e Milton Nascimento.
Vida longa á um dos maiores produtores do século XX.